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sexta-feira, 19 de março de 2010

Fórum de Cultura da Rocinha e Ponto de Cultura Centro Lúdico promovem 1º Chá de Museu na curva do "S".

Chá de Museu na Rocinha mobiliza comunidade


Latas d’água que remetem ao tempo em que era preciso percorrer quilômetros a pé para matar a sede, modelos de brinquedos que passaram de geração para geração, como pipas e carrinhos de rolimã, maquete do modelo de barraco de pau a pique, predominante nos anos 40, apresentação de rodas de capoeira, que fazem reverência às raízes afro-brasileiras, relatos de moradores que vivenciaram toda formação e transformação de uma das maiores favela do país, que reúne cerca de 56 mil habitantes. Um movimento a favor da memória e do resgate da história da Rocinha, na cidade do Rio de Janeiro, vem crescendo. No último sábado (30) a comunidade realizou um ato inaugural - o primeiro Chá de Museu, com a participação de lideranças comunitárias, moradores e de representantes do Departamento de Processos Museais do Instituto Brasileiro de Museus (DPMUS – IBRAM).

Também em andamento é a organização do acervo produzido entre 1974 e 1986, que constitui o livro Varal de Lembranças.

Morador da Rocinha desde os dois anos, Robson Pacífico, 43, artista plástico, músico e ativista cultural, diz que a necessidade de se criar um museu é antiga porque a comunidade de certa forma não se conhece e desconhece sua história. “A Rocinha sofreu muitas mudanças que não foram registradas. Há muitas pessoas novas aqui e muitas antigas também. O movimento pró-museu está se solidificando a cada dia”.

Para Antônio Carlos firmino, 43, morador da Rocinha há 16 anos, professor de Geografia e um dos responsáveis pelo projeto do museu na comunidade, diz que o Museu da Rocinha se concretizou a partir do momento em que saiu do campo das idéias para o das ações . “Desde o momento em que começamos a fazer circular o acervo para que a comunidade se veja nesse museu , ele vem ganhando forma. Mas os moradores também estão ansiosos em saber sobre o espaço físico deste museu.”

Outro projeto em gestação na comunidade é a elaboração de um conjunto de painéis de grafite realizado por grafiteiros da Rocinha e de outras comunidades do Brasil, com objetivo de contar a história de ocupação e desenvolvimento do território da favela. O projeto deve ser lançado ainda no primeiro semestre de 2010, com o apoio do Ibram.

Segundo o diretor do Departamento de Processos Museais do Ibram, Mário Chagas, a história da Rocinha acompanha o próprio desenvolvimento da história do Rio de Janeiro e é uma referência importante na cidade. “A comunidade reúne imigrantes nordestinos, mineiros e de outros estados e regiões do país. Vale ressaltar que a história da Gávea em torno da qual a Rocinha se desenvolve foi palco das famosas corridas automobilísticas no tempo das baratinhas, nos anos 40 e 50, em que teve como corredor de destaque Chico Landi. Tudo isso faz parte da memória da Rocinha e da memória da cidade e deve estar presente no museu”.

O museu comunitário na Rocinha pretende ser uma ferramenta de inclusão da comunidade, apresentando ao conjunto da população suas narrativas sobre quem são seus moradores, suas trajetórias de vida e como enxergam a cidade como um todo. De acordo com Firmino, o museu vai se pautar principalmente no direito dos moradores ao território. “ A Rocinha só existe porque as pessoas se organizaram, lutaram pelo direto à terra, liberdade e moradia. Muitos que vieram do Nordeste contam que a Rocinha parecia um quilombo.”

Por que Museu Sankofa ? – Sankofa é uma palavra Akan das nações africanas de Ghana e da Costa do Marfim que significa “devemos olhar para trás e recuperar nosso passado para podermos nos mover para frente; e assim compreendermos o porquê e como viemos a ser quem somos hoje”. Uma das formas de representação do museu baseia-se na imagem de um pássaro mítico que está com os pés plantados firmemente para frente e com a cabeça olhando para trás, como certo guia para planejar o futuro.

fonte: IBRAM

terça-feira, 16 de março de 2010

Primeira ação do Museu Sankofa Rocinha







O FÓRUM CULTURAL DA ROCINHA, criado em 2007, abre espaço para discussão, criação, gestão e participação popular do MUSEU Sankofa, além de discussões de políticas públicas para a cultura local.

O Ponto de Cultura Centro de Cultura e Educação Lúdica da Rocinha vem trabalhando no levantamento da memória e história, com entrevistas, coletando material de acervo para um Museu de Memória e Historia da Rocinha Sankofa com a nossa cara.