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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fórum de turismo é tema de estudo

Desde que a favela virou destino de muitos turistas, estudiosos tentam entender as formas de organização de grupos que trabalham no segmento, que se mostra em reconstrução, pois moradores que antes só faziam parte do cenário hoje têm a oportunidade de atuar no direcionamento de ações, como os valores a serem passado aos turistas e a possibilidade de gerar renda para a localidade। Essa consolidação requer uma relação harmoniosa entre moradores/agentes e as operadoras de turismo। Esse contexto está sendo apresentado no trabalho de mestrado de Elisa Spampinato, italiana que se apaixonou pela Rocinha. Abaixo, a entrevista feita por e-mail com ela.










- Porque escolheu a Rocinha para realizar sua pesquisa?
A Rocinha foi a primeira favela que conheci quando cheguei no Rio em 2003 e logo me apaixonei por ela. A Rocinha tem uma energia especial, capaz de conquistar as pessoas.

- Qual sua origem?
Italiana.

- Quando começou a pesquisa?
Acompanho a Rocinha desde 2003. Mas comecei a me interessar do fenômeno do turismo na Rocinha, de forma aprofundada, desde o ano passado.

- O trabalho foi mestrado, não é?
Mestrado em Engenharia de Produção. Título do trabalho: “turismo em favelas cariocas e desenvolvimento situado: a possibilidade do encontro em seis iniciativas comunitárias”

- Qual instituição de ensino?
COPPE- UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

- Quais outras comunidades participaram?
A favela de Vila Canoas, a Tavares Bastos no Catete, Babilônia e Chapéu Mangueira e o conjunto do Cantagalo, Pavão e Pavãozinho.

- Qual foi sua conclusão sobre esse trabalho?
Entre as várias conclusões, meu trabalho evidenciou que é possível vivenciar um “outro” tipo turismo que seja respeitoso das pessoas e das culturas locais, desde que, de um lado, a comunidade assuma seu papel de protagonista em todo o processo de organização e gestão da atividade turística e, do outro, o turista reconheça e respeite as diferenças e seja mais aberto ao encontro. Dessa forma é possível pensar e organizar um tipo de turismo que signifique não apenas crescimento material e simbólico para a localidade, mas também, desenvolvimento social e cultural, tanto para a comunidade quanto para o turista.
A partir da análise dos casos concretos foi observado que através do turismo é realmente possível construir laços de solidariedade e cooperação entre culturas diferentes, e isso acontece quando a viagem significa verdadeiro encontro e dialogo entre sujeitos ativos, o turista e a comunidade. O turismo, dessa forma,significa construção de dialogo intercultural e troca de experiências e saberes que é o motor do crescimento humano e cultural em cada sociedade.